quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

depois de hoje, preciso rever mais meus conceitos para com as pessoas

idealizar é sofrer
amar é surpreender


[ será ]

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Adeus você!

Adeus você Eu hoje vou pro lado de lá Eu tô levando tudo de mim Que é pra não ter razão pra chorar Vê se te alimenta E não pensa que eu fui por não te ama Cuida do teu Pra que ninguém te jogue no chão Procure dividir-se em alguém Procure-me em qualquer confusão Levanta e te sustenta E não pensa que eu fui por não te amar Quero ver você maior, meu bem Pra que minha vida siga adiante.

Adeus você Não venha mais me negacear Teu choro não me faz desistir Teu riso não me faz reclinar Acalma essa tormenta E se agüenta, que eu vou pro meu lugar

É bom... Às vezes se perder Sem ter porque Sem ter razão É um dom... Saber envaidecer Por si Saber mudar de tom

Quero não saber de cor, também
Pra que minha vida siga adiante

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

É dificil ser exatamente exata sobre mim mesma, tipo, eu tenho meus segredos internos, uma parte de mim que é selvagem e outra domada.
As vezes pode parecer que você me conhece, mas estou mudando a cada instante...
E se eu quiser ser doce, e se eu quiser ser selvagem, e se eu quiser chorar como uma criança?
Afinal, essa sou eu!
E por mais que pareça que estou carregando o peso do mundo nas minhas costas, não estou sempre fazendo isso... Eu corro atrás, e tento me libertar! Constantemente caindo em tentaçoes, afinal, todo o céu precisa de um pouco de inferno...
As vezes a vida pode parecer uma coisa bem confusa... As vezes quando eu falo parece que ninguém tá me ouvindo... Sabe, eu tento ser um anjo, mas eu simplesmente não consigo achar minhas asas...
Aí, eu cometo um erro, e faço de novo, mas eu juro que faço o melhor que posso!
Eu odeio quando as coisas são simples e comuns, não queria ser a mesma... Eu gosto das coisas malucas e insanas, nao quero ser domada!
Eu não suporto ser entendida, não quero ser controlável!
Quer saber, não seja tão nervoso, faça o inesperado ou você nunca saberá!!!! Deixe o que ainda não está escrito em branco, e escreva cada página degustando cada vírgula!!!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

É engraçado observar como as expectativas, os desejos, os sonhos e objetivos mudam ao longo da vida. Talvez essa seja uma das partes mais interessantes quando pensamos na nossa própria história ou mesmo na história de todos os povos.
Não é interessante lembrarmos de nossa infância e imaginarmos o quanto estaríamos realizando um lindo sonho ao ficarmos simplesmente livres dentro de uma grande loja de doces ou de brinquedos, podendo pegar tudo o que estiver ao alcance das mãos?? Claro que uma viagem maravilhosa à Disney não deixava de ser absolutamente atraente, mas nada que uma tarde em meio a guloseimas, brinquedos e bagunça não pudesse contornar.
Aí a gente vai crescendo e os sonhos começam a se complicar um pouco mais. Coisas que antes seriam divertidíssimas podem provocar um profundo tédio, deixando os pais e responsáveis tão desconsolados quanto perdidos em meio a tamanha mudança. De repente, uma festa antes animada pode ser considerada apenas e “infantil” quase que da noite para o dia. Agora, os sonhos são recheados com o que é “cool” para toda uma juventude, portanto, é bom se preparar para saídas independentes com os amigos, noites com muita agitação, roupas e hábitos “modernos”.
Ok. Depois a gente pensa que amadurece e acabam-se os problemas com ilusões e sonhos inalcançáveis. Mero engano. Há quem consiga carregar os sonhos mais originais desde a mais tenra idade e acrescentar os requintes que os anos trazem à consciência. E por aí temos muitos sonhadores interessantes nas mais variadas áreas: aquele que sempre quis ser médico, a febre atual entre meninas de todas as idades que querem ser atriz e modelo, e há até o menino de rua que sempre quis ser palhaço, ora veja! E por que não, aqueles que sempre sonharam em ser escritores? Talvez eu ainda me enquadre nessa vertente, afinal, também têm os sonhos que só descobrimos mais tarde, embora suas sementes sempre residiram em nós.
E é entre tantos sonhos que só nos resta descobrir o que os diferenciam tanto quanto ao destino que têm, pois há sonhos que nascem, sonhos que são esquecidos, sonhos que são abandonados, sonhos que são modificados, sonhos que são trocados, sonhos que são realizados, ou simplesmente, sonhos que morrem. E, talvez, se conseguíssemos imaginar o que determina o destino de nossos sonhos, mudaríamos também a nossa história. Afinal, como alguém já disse certa vez: “os sonhos parecem mover o mundo”!!!

o todo e as partes que não tinha

eu sou o lirismo do Bandeira, as agonias do José de Drummond, os olhos perspicazes de Lispector, o mistério da Agatha, o terror de King, a ironia ácida de Machado e a sutileza de Wilde, o exagero de Shakespeare. eu sou o ceticismo de Caeiro, o caos moderno do Álvaro de Campos, as múltiplas faces de Pessoa. eu sou a perfeita desorganização de Saramago.
eu sou a decepção que fez crescer, as lágrimas que se transformaram em risos, a raiva que virou indiferença; sou a mágoa que se converteu em marca, a dor que mudou a vida, o perdão que foi concedido e recebido.
eu sou as cores tristes de Malfatti e as vibrantes de Romero. sou uma das bailarinas de Degas, a distorção de Picasso, a moça com o copo de um dos quadros de Renoir. eu sou a provocação de Magritte e a loucura de Dalí, a desconstrução de Tzara e a magnificência de Monet. eu sou o delírio febril de Goya.
eu sou a escrita nas madrugadas, os inseparáveis fones de ouvido, as cartas guardadas na caixa. eu sou as lembranças do coração.
sou o som de um piano, o tom de um saxofone solitário.
eu sou o tempo que voa e o tempo que se arrasta. eu sou a melancolia de uma tarde de domingo, a expectativa pelo grande dia, o sentimento de perda e da impotência diante dela. eu sou a mudança, o retorno, o surgir abrupta e novamente. eu sou a inquietude e a mansidão.
eu sou os olhos baços do velho e o brilho dos do jovem. eu sou o desejo irrepreensível, a mão que procura a outra no escuro, boca cálida e o suspiro incontido. sou o abraço reconfortante e as palavras que sonhei em ouvir... e que ouvi.
eu sou o primeiro contato e o último adeus. sou a dança sob a chuva, o sorriso indisfarçável, os braços abertos e a música que fala por mim. eu sou a incerteza do futuro e a certeza do meu plano. sou um rompante.
eu sou a inspiração de um dia cinza, a poesia lida no fim de tarde, a contracultura espalhada pelas ruas em graffitis.

eu só sou no todo, e o todo está em mim.
só existo com o todo, e o todo não teria razão de existir se não fosse para me completar e me refazer a cada instante.
a parte que vem e a parte que vai de mim. as partes que eu não tinha, e que passei a ter; as partes que não existiam e que surgiram por minha causa.
uma parte, várias partes.
infinitas partes que eu não tinha, e agora tenho.
infinitas coisas que sou e que, um dia, deixarei de ser.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mil anos depois...

Nossa, nem lembrava mais da existência desse blog, em que eu postei apenas uma vez... Vou tentar retomar os posts, pq na maioria das vezes escrever é o melhor remédio!!

"Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso dessa vida, preciso demais desabafar" (8)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

barulhinho bom (ou nem tanto).

o som dos pneus passando pela pista molhada. o tic-tic que faz quando apertamos sem parar o pino da caneta. o girar de roletas, de portas giratórias e das portas de saída da estação de trem. o som ao amassar um papel... ou ao pisar numa folha seca. tilintar de moedas.
estalo das articulações (há quem diga estralo). o som ao abrir a correspondência, com aqueles picotes laterais. sino dos ventos. quando o pastel cai no óleo quente, pronto para ser frito. plástico bolha (amoamoamo). borbulhar da água.
zíper abrindo e fechando. o som resultante do atrito dos nossos pés no chão encerado da biblioteca de santo andré (dá vontade de arrastar o pé por todo o corredor). dedos no teclado. impressora a laser. barulho de pane no windows (é bonitinho, não nego. só é horroroso quando trava tudo, não salvamos o trabalho e perdemos tudo, mas enfim). torneira pingando.
o som de gente entrando no msn. colher batendo na panela de alumínio. o clássico tic-tac de relógio antigo. gás quando sai da garrafa de refrigerante. o clic do interruptor quando se acende/apaga a luz.
dedo deslizando pela bexiga cheia. pessoa sugando a última gota do suco/milkshake com o canudo. respiração no ouvido. a voz familiar que mata a saudade. grafite deslizando no papel.
spray em difusão (e o barulho que faz aquela bolinha dentro da lata dele). o som do ketchup quase no fim, quando apertamos a embalagem (plosh). rádio fora da estação e seus chiados. máquina batendo roupa, liqüidificador batendo vitamina.
barulho do motor quando se acelera o carro/moto/trólebus. ranger de molas, ranger das dobradiças da porta. cadeira sendo arrastada. suspiro.

o silêncio, para muitos, acaba sendo massacrante, diante de tantos pequenos bons e maus barulhos.
para mim, esses barulhinhos formam o melhor dos momentos. eles são aquilo que nunca percebemos, imersos na correria sem fim.
uma verdadeira orquestra cotidiana.