segunda-feira, 21 de abril de 2008

barulhinho bom (ou nem tanto).

o som dos pneus passando pela pista molhada. o tic-tic que faz quando apertamos sem parar o pino da caneta. o girar de roletas, de portas giratórias e das portas de saída da estação de trem. o som ao amassar um papel... ou ao pisar numa folha seca. tilintar de moedas.
estalo das articulações (há quem diga estralo). o som ao abrir a correspondência, com aqueles picotes laterais. sino dos ventos. quando o pastel cai no óleo quente, pronto para ser frito. plástico bolha (amoamoamo). borbulhar da água.
zíper abrindo e fechando. o som resultante do atrito dos nossos pés no chão encerado da biblioteca de santo andré (dá vontade de arrastar o pé por todo o corredor). dedos no teclado. impressora a laser. barulho de pane no windows (é bonitinho, não nego. só é horroroso quando trava tudo, não salvamos o trabalho e perdemos tudo, mas enfim). torneira pingando.
o som de gente entrando no msn. colher batendo na panela de alumínio. o clássico tic-tac de relógio antigo. gás quando sai da garrafa de refrigerante. o clic do interruptor quando se acende/apaga a luz.
dedo deslizando pela bexiga cheia. pessoa sugando a última gota do suco/milkshake com o canudo. respiração no ouvido. a voz familiar que mata a saudade. grafite deslizando no papel.
spray em difusão (e o barulho que faz aquela bolinha dentro da lata dele). o som do ketchup quase no fim, quando apertamos a embalagem (plosh). rádio fora da estação e seus chiados. máquina batendo roupa, liqüidificador batendo vitamina.
barulho do motor quando se acelera o carro/moto/trólebus. ranger de molas, ranger das dobradiças da porta. cadeira sendo arrastada. suspiro.

o silêncio, para muitos, acaba sendo massacrante, diante de tantos pequenos bons e maus barulhos.
para mim, esses barulhinhos formam o melhor dos momentos. eles são aquilo que nunca percebemos, imersos na correria sem fim.
uma verdadeira orquestra cotidiana.

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